Fui assistir hoje ao mais novo filme dos mutantes da Marvel e confesso que gostei muito do resultado. Estava com um certo receio por causa de algumas propagandas e escolhas de elenco, mas tudo não passou de um receio normal de quem espera uma boa adaptação de uma história em quadrinho que é conhecida do grande público. A história se passa na década de 1960 e mostra o Professor Xavier e Magneto antes mesmo de adquirirem esses codinomes e lutarem em lados opostos, cada um defendo seus ideiais sobre a raça mutante.
Se existe uma vitória que esse filme obteve, é de sua qualidade que elevou o moral dos X-Men no cinema tendo em vista os resultados anteriores não foram muito agradáveis, como X-Men 3 e X-Men Origens: Wolverine. Por exemplo, é muito interessante conhecer outras facetas de personagens tão marcantes como esses, além de ter a oportunidade de entender suas motivações. É o caso de Erik Lehnsherr, o futuro mestre do magnetismo e fundador da Irmandade de Mutantes que no filme é mostrado como um homem obcecado pela vingança e pelo ódio contra a humanidade. Esses detalhes são muito bem explorados e representado pela ótima atuação de Michael Fassbender. O que vemos em tela é alguem frio e calculista capaz de muitas crueldades.
No entanto, toda essa energia negativa encontra um certo equilibrio quando ele é salvo por um mutante igualmente poderoso: Charles Xavier. Desse encontro surge não só uma amizade entre ambos como uma aliança para derrotar um inimigo em comum chamado Sebastian Saw (Kevin Bacon) que pretende forçar o surgimento de uma terceira guerra mundial entre americanos e russos. Sendo assim, tendo consciência de que não estão mais sozinhos no mundo, eles começam a procura pelos seus semelhantes.
Desse modo, somos apresentados a um grupo de adolescentes bem curioso e diferente do que qualquer fã de quadrinhos esperaria de uma adaptação dos primeiros anos dos X-Men. Nesse ponto, vale ressaltar algo que é muito comum e, portanto, previsivel na hora de adaptar qualquer material original de uma HQ: alterações. É claro que é impossivel agradar gregos e troianos e certas liberdades são até questionáveis enquanto outras acrescentam algo mais na mitologia dos personagens. Mesmo assim, o grupo formado inicialmente por Mistica, Banshee, Darwim, Destrutor, Fera e Angel realmente agrada e diverte nas cenas em que aparece. Alguns ganham um destaque maior e merecido como Fera e Mistica enquanto outros brilham em seus espaços e cativam pelo seu carisma como Banshee e Destrutor. Infelizmente, também há personagens que pouco acrescentam na trama, mas que desempenham um papel importante nas cenas de ação. Sinceramente, isso não afeta nem um pouco a qualidade do filme.
X-Men: Primeira Classe é um ótimo filme para quem gosta muito do gênero e é fã das histórias dos mutantes mais queridos da Marvel Comics. E é também uma prova viva da qualidade de uma produção que vai muito além do mero entretenimento abordando questões como preconceito e história.