Thor





Dirigido por Kenneth Branagh e com Chris Hemsworth no papel principal, o filme Thor (2011) estreou essa semana marcando mais um ponto da Marvel Studios no cinema. Assim como seus outros filmes baseados em personagens de sucesso dos quadrinhos da editora, essa produção teve o devido cuidado de respeitar o material original e torná-lo atrativo para o público atual. É sabido que o personagem, oriundo da mitologia nórdica, não tenha nos quadrinhos um poder icônico no mesmo nível que outros personagens tais como Batman, Superman e Homem-Aranha. Por isso, uma necessidade até maior de explicar mais sobre sua origem e todo seu universo mítico e fascinante nas telas.

Outro detalhe interessante a ser citado é o fato que basicamente todo filme baseado em quadrinhos tem uma certa regra comum e, de certo modo, lógica. Como se trata de uma trilogia, o primeiro é sempre uma grande apresentação dos personagens e do seu contexto. No caso de Thor, não seria nem um pouco diferente. Temos como exemplo a rivalidade mortal entre os reinos de Asgard, o reino de Odin (Anthony Hopkins), e Jotunheim, o lar dos gigantes de gelo liderados pelo rei Laufey (Colm Feore), muito bem caracterizado por sinal. E é graças a esses inimigos que somos também apresentados ao lado mais conhecido do herói asgardiano: o guerreiro. Creio que nesses momentos estão as melhores cenas do filme.


Sobre as atuações, é necessário dizer que o ator Anthony Hopkins realmente brilha no papel de Odin, conhecido como o ``Pai de Todos`` na história. O mesmo ocorre com Loki (Tom Hiddleston) e Thor (Chris Hemsworth), os seus respectivos filhos na trama. Na minha opinião, os dois se destacam, cada um ao seu modo, pela sutileza de suas ações. O irmão adotivo do herói se caracteriza como um vilão inteligente e malicioso próximo daqueles clássicos e inesquecíveis como Lex Luthor, porém único pela impressionante habilidade de manipular não só a todos como os eventos conforme sua vontade.


No caso de Thor, acredito que o até então desconhecido ator chamou a atenção por mostrar com leveza alguns lados bem diferentes do personagem, seja o de imaturo, galante, arrogante, nobre ou educado. Apesar das poucas, porém muito boas cenas de ação, ele comprovou ser a escolha mais acertada para o papel, o que é ótimo tendo em vista o projeto ambicioso do filme dos Vingadores, no qual teremos reunidos todos os grandes personagens apresentados pela Marvel Estudios como: Hulk, Homem de ferro, Capitão América, Thor, Gavião Arqueiro, Viúva negra e Nick Fury.

Em relação aos pontos negativos, confesso ter me incomodado muito com a utilização praticamente inútil do recurso do 3-D que até poderia ter sido melhor empregado. Particularmente, não acho que compensa comprar um ingresso mais caro para assistir esse filme no formato que ultimamente está virando moda. Outro detalhe que também me incomodou foi o excesso de humor no filme. Nada contra, mas acredito que uma produção dessa precisa ter uma dosagem melhor de elementos como esse misturado às cenas de ação. Um exemplo disso é a personagem Darcy (Kat Dennings), que mesmo funcionando como um bom alivio cômico às vezes força um pouco em algumas cenas. Falando ainda em personagens, achei uma pena a Lady Sif (Jaimie Alexander) ter tido tão pouco espaço em relação aos três guerreiros Hogun (Tadanobu Asano), Fandral (Josh Dallas) e Volstagg (Ray Stevenson), muito bem retratados no filme.

Enfim, encerro aqui a minha critica e reflexão sobre esse filme do qual esperei ansiosamente para assistir e que com certeza não me decepcionei nem um pouco. Valeu mesmo a pena realizar mais esse sonho nerd na semana da estréia. Recomendo a todos leitores do blog que conheçam um pouco mais desse herói guerreiro que agora martela de forma digna o seu espaço no panteão dos heróis do cinema.

obs: Post publicado originalmente no meu outro blog Olhar Receptor.